O primeiro e principal defeito dos nossos seminários, está no internato, que ou não existe, como em Pernambuco; ou não são completos por falta do ensino de matérias preparatórias, como no Maranhão; ou não bastam, como na Bahia, para conter todos os que se destinam ao estado religioso. Sei que há pessoas avessas ao internato pela deficiência de educação, que neles se tem observado, acrescendo, entre nós, a razão de poderem os internos tomar os vícios de uma classe desgraçada, que raramente se dispensa no serviço doméstico; mas os seminários podem e devem, por que são pobres, dispensar o trabalho dos escravos, nem faltaria com a educação um estabelecimento, em que de religião se fizessem estudos sérios; porque a religião contém em si tudo quanto para aquela é necessário. A melhor educação é sem dúvida a que se dá em família; mas essa, que serve para o traquejo do mundo, não basta para os que se querem dedicar à vida monástica, ou simplesmente religiosa; por isso não sei de seminário algum, que tomando exclusivamente sobre si o ensino, deixa a cada um o cuidado de fazer a sua educação, ou de a receber como a de quem melhor lhe pareça. Para que o sacerdote seja o que deve ser, não basta ser bom aluno no seminário, nem a escolha dos que pareçam tais para serem admitidos às ordens é também necessário que a religião, a moral e os bons costumes estejam por tal forma enraizados em sua alma, que se não possam alterar, nem corromper, entrando no positivismo da vida: deve-se portanto começar cedo com a educação do sacerdote; e por este motivo não me parece indiferente que haja ou deixe de haver aulas preparatórias nos seminários. Já no colégio de São Vicente de Paula, notei o defeito de conviverem promiscuamente meninos, que destinam