A instrução e o Império - 3º vol.

a diferentes estados; nem o arcebispo o teria permitido, se o estabelecimento não carecesse para sustentar-se de tirar rendas de alguma parte. Melhor é assim do que no passado, quando os seminaristas frequentavam as aulas do liceu provincial; mas com este amálgama de alunos, nem a educação pode ser tão perfeita, nem a educação tender constantemente a um fim único o de formar bons sacerdotes. É certo que a educação dos que se não querem destinar ao estado clerical ganha em ser dirigida em um sentido religioso: ganham tais alunos no contato com sujeitos, que se destinam ao estado eclesiástico; mas, por outro lado, os que são propriamente seminaristas perdem na convivência com os internos e externos aos quais se não pode, por motivos econômicos, impor mais peias do que nos colégios ordinários da capital. E como, infelizmente são mais contagiosos os maus do que os bons hábitos, mais é para temer-se o desvio da religião para o século, do que do século para a religião. Suponhamos porém que é conveniente ou indiferente tirar-se o aluno da vida retirada e silenciosa do seminário para se entregar ao bulício de uma aula pública; que os motejos com que os alunos de outras aulas os perseguem, não poderão entibiar a sua vocação para o estado; que pode sem risco, nem dano viver ou apartar-se todos os dias das vistas e da vigilância do seu reitor; ainda assim uma razão aconselharia a separação dos respectivos estudos. É que aos do seminário, mesmo aos preparatórios, se deve dar desde o princípio uma tendência toda eclesiástica. Em latim, depois de estudados os autores clássicos, deveria o professor ocupar-se por algum tempo com os autores sagrados, os livros, de São Agostinho, de São Tomáz e de outros Santos Padres, principalmente os da coleção da grande