A instrução e o Império - 3º vol.

todas, da vaidade de ter uma ciência nacional. A ciência é universal no seu destino, e basta que seja elaborada por quem já estiver em condições de fazê-lo. É a divisão dos ofícios aplicada às nações. A este conjunto de reformas deve juntar-se a substituição dos diplomas por certificados que não dêm privilégio de qualidade alguma. Para apreciação das medidas necessárias ao pessoal, convém lembrar que, quanto ao ensino profissional, o Brasil possui atualmente um número imenso de profissionais, não só teóricos, saídos das várias academias, como práticos reconhecidos por longos anos de exercício e de trabalhos realizados. Pode ser que não sejam o "supra summum" da habilidade; mas é o material que existe no país e que mais ou menos tem amor por ele. É desta massa que o governo deve tirar o pessoal docente das escolas profissionais, até que chegue o momento de suprimi-las de todo. Ir procurar mestres fora, é expor-se a ser explorado pela ousadia dos charlatães sem patriotismo, que não hesitam em deixar a terra em que nasceram, por meia duzia de vinténs, ou pela ambição de altos cargos em terra estranha. Isto posto, eis como o governo deve proceder na escolha do pessoal docente, geral e profissional: a) todo o pessoal deve ser escolhido por concurso, sendo o júri nomeado pelo governo; b) para o ensino profissional o júri compor-se-á de homens práticos, homens que já tenham exercido a profissão respectiva; c) só poderão concorrer neste caso os profissionais práticos também; d) o mestre terá de ensinar sucessivamente à mesma turma todas as teorias julgadas necessárias para a profissão respectiva. Isto é imprecindivel para manter os mestres e os aprendizes no ponto de vista do conjunto. O fim do governo não é formar filósofos, nem naturalistas ou