A instrução e o Império - 3º vol.

que a situação do Brasil está muito longe de reclamar uma Universidade, conforme o projeto do governo ou qualquer outra sistematização de ensino pelo Estado.

1883. No Congresso de Instrução realizado na Capital do Império sobre a questão "criação de uma universidade, sua organização, faculdades que a devem constituir, condições de autonomia das faculdades existentes nas províncias e da escola de Minas de Ouro Preto em relação à universidade" opinaram dois congressistas, conselheiro Antonio Joaquim Ribas e conselheiro Antonio de Almeida e Oliveira.

O professor Ribas (da Faculdade de direito de São Paulo) diz: "Já em 1872 e 1880 a pedido dos respectivos ministros do Império, apresentei projetos ao governo imperial para criação de uma universidade. Seja-me lícito, pois, agora, referir-me a esses projetos que satisfazem a todo o programa das questões que ora me são propostas e limitar-me a sucintas considerações. Hoje que é geralmente conhecido o nexo íntimo e hierárquico que prende todas as ciências, compreende-se facilmente que a concatenação do estudo de seus diversos ramos é condição indispensável ao seu progresso. Ainda mais, a história mostra que o alto desenvolvimento das ciências em um país é condição, não só da sua prosperidade interna, como de sua influência internacional. Entendo que a universidade deve conter as seguintes faculdades: 1.º- de ciências físicas e matemáticas; 2º- de ciências naturais e medicina; 3º- de letras ou ciências estéticas; 4º- de direito e ciências sociológicas. A criação de uma faculdade de ciências religiosas me parece absurda. Ensinar a história, a dogmática, a exegese etc., de cada uma das religiões que há e tem