A instrução e o Império - 3º vol.

Hoje há muito quem queira aprender e possa ensinar. Num país tão vasto será indiferente o lugar em que a mocidade vá saciar a sede de saber? Como bastaria um centro universitário na Corte, ou em qualquer outro lugar, para difundir o saber por todos os membros da família brasileira? O Brasil é a Corte, a Corte está cheia de homens que não querem ir para as Províncias, e os filhos das Províncias nem sempre podem passar cinco, seis e mais anos numa cidade como a Corte, onde tão cara é a vida, tão perigosa a estada de moços, sem experiência, separados de seus naturais conselheiros. A necessidade de centralizar a vida intelectual do país e dar às províncias meio de atrair os homens instruídos concentrados na Corte, não está dizendo que em vez de uma universidade, devemos criar instituições que aproveitem a todo Império? A Universidade que se quer criar no Brasil tem por fim preparar profissionais, ou somente conferir graus científicos? Se visa o segundo fim, a criação é desorganizadora do que já temos. Dos cursos superiores existentes saem aptos para as respectivas funções todos os profissionais que formamos. Se se quer profissionais, não adianta coisa alguma. Criação ociosa e inútil, fará o mesmo que já fazemos, sem dependência nem necessidade do laço de união, que iria entorpecer todos os estudos. Os moços que se destinam à Universidade, tem de levar a primeira cultura que ela presupõe, e daí seguir os cursos especiais que aplicam e completam o estudo universitário. Esses estudos científicos, por que devem passar os alunos, antes e depois do ensino universitário, como supõem constilui-los aqueles que pedem a criação da Universidade? Dispensar as escolas especiais é ir de encontro à prática das nações que tem universidades, adotando a instituição e repudiando