A instrução e o Império - 3º vol.

o seu complemento. Prescindir do preparo anterior é manter o absurdo, até hoje reinante, de assentarmos o ensino superior na inconstante base de maus estudos inferiores, resultando daí que, ou os alunos se matriculam em matérias que não podem compreender, ou ainda depois de preparados pelo ensino secundário tem de frequentar cursos preparatórios, anexos a estudos superiores, como sucede com as Escolas politécnica, e de minas, em Ouro Preto.

Se havemos de criar a Universidade em tais condições quando é evidente que ela não pode ser útil, porque não cuidarmos antes de fazer outra coisa que, além do mérito de ser nova, tenha a vantagem de atender a todas as necessidades? Suponha-se a escola inferior organizada à moda da América, habilitando o aluno para fazer com vantagem o curso de qualquer estudo superior. Não salta a todos os olhos que para se não impôr aos alunos aquele tríplice estadio de escola inferior, universidade e escola especial, é melhor, dar-lhes o Estado em escolas inferiores convenientemente organizadas a instrução geral, de que necessitam, e feito isso abrir-lhes logo as portas do ensino profissional, que cada um quizer, em escolas de aplicação?

Não são esses os únicos pontos de vista em que cumpre encarar a questão. Em que pensam os promotores da Universidade quando pregam as vantagens dessa instituição: querem simplesmente dar à Corte os estudos que lhes faltam, ou formar um corpo docente com ação em todo o Império? Esta questão exige exames por partes. Se o desejo é simplesmente dar à Corte os estudos que lhe faltam, por que não se contentam com isso? porque querem também o nome e o laço universitário? O nome traria