em um sentido diferente do que vulgarmente se lhe dá. Os únicos professores livres são os privat-docetem das universidades. É à essa organização especial que deve sua superioridade o sistema universitário alemão, assim como é às universidades, mais do que às escolas, que a Alemanha deve o brilho da sua erudição em todas as ciências e a reputação dos seus sábios.
Não pôde o Brasil, nem tão cedo poderá adotar, como o tem feito em suas universidades a Suíça e a Suécia, o sistema universitário da Alemanha; menos entre nós, pôde-se abandonar a instrução superior à iniciativa particular, como na Inglaterra e nos Estados Unidos; o tipo que mais nos convém, o único que se coaduna com as condições do nosso país e com o próprio espírito nacional, é o que nos apresenta a Bélgica, harmonizando o ensino do Estado com o ensino livre, e deixando prosperar e desenvolver-se ao lado das instituições oficiais a iniciativa particular, que é o nervo da civilização moderna e a alma da liberdade dos povos.
É esse o alvo para o qual devem convergir as vistas de legislador. O projeto que a comissão apresenta não abrange, é certo, horizontes tão largos; inicia apenas os primeiros tentamens, mas as ideias que ai se contém são os alicerces desse monumento.
II — Se a liberdade do ensino superior é no século atual uma das ideias do programa da civilização, se as nações consagram-na em suas leis com viva esperança, não é menos certo que entre nós é ela uma justa aspiração nacional, para cuja realização convergem dedicados esforços. Basta dizer que, do seio das próprias faculdades, vozes autorizadas se tem levantado proclamando a necessidade de decretar-se