A instrução e o Império - 3º vol.

de exames vagos em muitas matérias, e o curto espaço de meia hora apenas, concedida ao ponto nos que não inteiramente vagos? Que significação tem tudo isso senão que estamos nos preparando há longo tempo para maior largueza, mais proveitoso sistema de ensino? Do ensino particular com as regalias que tentamos dar-lhe, resultarão muitos apreciaáveis vantagens: 1º- a facilidade de aprender, às vezes, mais cômoda, e nem sempre menos utilmente fora das escolas oficiais, pois está reconhecido que não é só nelas que se aprende; facilidade sem a qual ficarão, como têm ficado, privados dos benefícios da instrução superior muitos moços pobres, de lugares longínquos em que, havendo quem ensine, poderiam aprender a vir depois dar suas provas de capacidade nas escolas, e formar-se; 2º- a emulação no pessoal docente, a quem a concorrência trará o aperfeiçoamento, tanto ou menos como o hábito, a prática esclarecida de ensinar, que é o que acaba de fazer, que dá a derradeira feição definitiva aos grandes mestres, os quais, ensinando, estão também de contínuo, aprendendo; 3º- a diminuição do largo tempo dos tirocínios, vexatórios e prejudiciais a alguns jovens que, sabendo já uma ou mais ciências das que nelas se ensinam podem requerer a prestar os respectivos exames, e não ficam sujeitos a estudá-las de novo nos cursos da escola, nem a um tempo fatal de cinco, seis ou sete anos, à espera que ele passe, com prejuízo de sua carreira para conseguirem a formatura; 4º- a divulgação dos conhecimentos, e essa é uma das maiores vantagens do projeto: criar em muitos pontos, em toda a parte, o incentivo para o estudo, multiplicar as fontes de instrução... Livremente se ensina no Brasil: o que pedimos no projeto é a consagração desse ensino em seus efeitos sociais, para que o ensino medre e se propague.