A vida dos índios Guaicurus

Sem ela e as duas escravas chamacocas, creio bem que de seu sexo não teria podido ver a amostra senão de longe!

Todavia, nenhuma delas parecia selvagem.

Mas na presença de um estrangeiro com quem não podem falar e que não podem compreender, sua timidez natural embaraça-se.

Por outro lado, nasce talvez nelas uma espécie de constrangimento, de vergonha mesmo, por causa do pouco e escasso vestuário que as cobre habitualmente e, sobretudo, na intimidade do seu rancho onde existe muita liberdade e sans gene numa grande promiscuidade; com o mesmo se dá na execução dos seus trabalhos domésticos diários, em que esse descuido no seu vestuário revela sempre certo desleixo.

Elas não ignoram que as mulheres dos autóctones que tiveram oportunidade de ver ocasionalmente, nas fazendas das suas vizinhanças, são inteiramente vestidas; e talvez, sentem elas, no seu instinto natural de pudor, que os olhos estrangeiros que as olham têm alguma coisa no olhar que pode parecer-lhes inquisidor, indiscreto e quem sabe também insolente para elas que não acham no dos homens da sua raça.

Pelas nove horas da manhã, a tropa dos cavalos chegou e foi guardada presa no curralzinho.

O Capitãozinho mandou pegar seis deles.

Comprehendi que, fora de nós dois, quatro bugres mais nos acompanhariam: os dois que acabavam de chegar da roça e mais os dois rapagotes que foram campear a tropa.

Selamos. Não eram ainda dez horas e já estávamos em caminho para a Aldeia Grande.