CAPÍTULO XXIII
UM BAILE NA ALDEIA GRANDE
PREPARATIVOS
DANÇAS DIVERSAS.
o Capitão Guazú-Ãcã anunciou-me que, para bem concluir o dia, visto que era eu o seu convidado, ia fazer organizar um baile em minha honra - Absolutamente como no mundo chique!
Esta sua ideia era maravilhosa! E logo rejubilei-me pensando então que ia assistir a alguma coisa nova, a algum espetáculo inédito para mim e que bem poucos haviam presenciado.
Um vesperal! Um baile entre os bugres! Na sua aldeia, no seu acampamento! Em pleno campo! Isto prometia ficar interessantíssimo, surpreendente e de uma extrema curiosidade com o cunho da mais singular peculiaridade.
Os músicos não tinham, como os vi no Joãozinho, Aldeia do Tuiuiú e até na fazendinha de Santo Antônio, senão uma sanfona, uma viola - espécie de guitarra com cordas metálicas - e duas pequenas guitarras — \"mbaraca\" guaranis de sua fabricação. A caixa sonora estava cavada num pedaço de madeira branca de consistência um pouco mole.
A tampa, tabuazinha delgadinha que parecia ser da mesma madeira, era pregada com uma cola tirada de um pseudo-bulbo de orquídea previamente assado.
[link=19617]Ilustração: Índio Jhivajhââ levando almoço[link]
[link=19618]Ilustração: Penduricalhos de madrepérola fabricados pelos Guaicurus[link]