CAPÍTULO XI
DEMONSTRAÇÃO INESPERADA DE GOSTOS ARTÍSTICOS.
No dia que se seguiu ao da minha chegada à aldeia do Tuiuiú, aquela mulher Guaicuru que ali me serviu o primeiro mate causou-me uma surpresa tão original quanto inesperada e imprevista.
Nos arreios do meu cavalo, havia unma peça que no país se chama carona. É feita de dois pedaços de couro curtido e tem a forma de um tapete para selim, que vai substituindo, mas é de tamanho um pouco maior. Era novinha. Os desenhos repuxados que a adornavam, apesar de não terem nada de extraordinário, nem de muito artístico, haviam, assim mesmo, saltado à sua vista e atraído a sua atenção.
Ela pegou a carona e pôs-se a examiná-la atentamente, como procurando gravar na sua tosca inteligência, o folheado enlaçado em curvas graciosas e as delicadas voltas estampadas no couro.
Entusiasmada e exaltada em seu sentido artístico, seja pela beleza do desenho — segundo o seu próprio gosto — seja pela sua nitidez e regularidade, foi buscar um couro de veado, curtido e de cor clara — branco-róseo- e munida de um pequeno prato, espécie de pires de barro bastante grosseiro, humilde amostra da