A vida dos índios Guaicurus

CAPÍTULO I

VIAGEM À FAZENDA SANTO ANTÔNIO DO NABILEQUE — TRAVESSIA DA ILHA DO NABILEQUE.

No Rebojo Grande, pequena fazenda à margem esquerda do rio Paraguai e a 4 léguas águas abaixo do forte de Coimbra — ficando este na margem direita — o cacique dos Guaicurus, com a sua comitiva, devia vir buscar-nos com o fim de nos levar a sua aldeia. Era promessa formal que tinha feito ao nosso amigo, proprietário da fazendinha, pessoa de muita confiança dos índios e também muito amigo deles.

A propriedade do Rebojo Grande está situada na ilha de Nabileque. As terras desta ilha são baixas e pantanosas. Diversas lagunas permanentes tomam uma extensão muito grande na época das chuvas, unindo as suas águas às partes contíguas inundadas. O seu escoamento, logo depois das enchentes ou das chuvas, se realiza por meio dos corrixos que vertem no rio Paraguai.

Esta ilha foi formada por um pequeno braço do rio Paraguai que se destacou da margem esquerda, abrindo-se no pantanal baixo que constitui, desse lado, o vale do rio, um leito no qual vão correndo as suas águas, que têm procurado, num trecho aproximado de uns 250 quilômetros, como uma espécie de independência.