A vida dos índios Guaicurus

todos os flancos oeste e sudoeste da Serra Bodoquena e dos seus contrafortes que descem em graduação sucessiva até a planície dos campos baixos do pantanal e que limitam agora o território que lhes foi reconhecido como próprio, como posse, pelo governo do estado.

Naquela região e por muitos longos anos, é mais que provável que ninguém virá disputar-lhes o gozo da posse desse vasto território. Eis aí o que os transportou de alegria.

O Capitão Guazú-Ãcã, vendo naquilo a boa vontade do governo e o espírito de equidade e de justiça que o havia guiado, pensou aproveitar as boas disposições em que se achavam as autoridades do estado, para pedir alguns outros favores. Incumbiu-me de obter para eles algumas ferramentas e instrumentos aratórios.

Na sua mente, eram enxadas, foices, machados e facões.

Não era muito exigente, nem pretensioso. Eu lhe prometi.

Não soube se o governo lhes deu satisfação. Mas, sete a oito anos mais tarde, lhes foi feita a distribuição de diferentes objetos, entre os quais havia máquinas de costurar, sanfonas e até fonógrafos!!!

Inconsciência e ignorância!!!

Os brasileiros e outros estrangeiros em contato com os bugres não tardaram a tornar-se donos de todos aqueles objetos de uma inutilidade e futilidade inconcebível para bugres em troca por outros de uma serventia, verdadeiramente mais prática para silvícolas.

Mas, infelizmente, também foi em troca de aguardente!

A guampa de mate continuava circulando à roda quando o Capitão Guazú-Ãcã se levantou e pediu que se trouxesse o almoço.