A vida dos índios Guaicurus

que habitavam o território paraguaio; mais tarde pelas doenças contagiosas — bexigas e febres malignas — e também com as suas expedições no "Grande Chaco", onde se achavam constantemente em luta com as tribos "chaquenhas" que viviam na margem direita do rio Paraguai, cujas principais eram os "Lenguas", os "Sanapanas", os "Chamacocos", os "Tobas" etc.

Eles viram minguar de mais a mais o seu número.

Emfim, em data mais recente, pelas perseguições ordenadas pelo Português de Barranco Branco, muitas novas vítimas caíram ainda.

Os Guaicurus eram excelentes e destemidos cavaleiros, e o são ainda; mas antigamente as guerras davam-se com frequência e muito mais seguidamente, sobretudo contra a tribo dos Chamacocos, muito mais pacata.

Atravessavam o rio Paraguai e, caçando, iam provocar as tribos moradoras da margem direita, consideradas inimigas. Para ficarem mais à mão e tornarem mais fáceis as suas excursões ao Chaco, iam estabelecer o seu acampamento desde o começo da época da seca, isto é, no fim das chuvas e das enchentes, nas beiradas da margem esquerda do rio Paraguai, num carandazal um pouco mais alto, nessa parte escolhida que leva ainda hoje o nome de "Aldeia-Velha", a duas léguas aproximadamente, e, águas acima, da desembocadura do rio Nabileque, em frente da qual se encontram numa grande curva do rio Paraguai três ilhas pequenas de forma alongada e estreita. Canais estreitos também de pouca profundidade as separam entre si. Graças a estas ilhas a travessia do rio tornava-se mais fácil para os Guaicurus e suas tropas.

Como já o dissemos, uma das tribos que mais amiúde lutava com os Guaicurus era a dos Chamacocos, que quase sempre suportava o peso da derrota.