A vida dos índios Guaicurus

Enquanto a sua mulher, a sua primeira mulher — hoje número 2 — Jhivajhãá, admitir-se-á que podia marcar muito mais do que a sua idade real.

As mulheres dos índios, conforme se sabe, levam uma vida de escravas, como acontece nas raças inferiores; a elas são reservados os mais rudes e pesados trabalhos.

Já mulheres desde os onze a doze anos, vinte anos depois são avós e, algumas vezes, bisavós!

A velhice as colhe impiedosamente antes do tempo, antes da idade.

Mas, se Jhivajhãá não tinha tido filho — caso raríssimo entre os índios — o que ainda se explica pela vida super ativa que levou, acompanhando o seu marido em todas as suas expedições, muito havia sofrido nos sacrifícios que fez dela própria pela sua tribo e pelo seu marido Joãozinho.

Fora das expedições guerreiras da tribo que operava sempre, segundo a tática e a maneira própria dos índios, isto é, por emboscadas, mas sobretudo por surpresas, as fadigas e as privações, além de serem frequentes e extenuantes, pouco ainda entravam em conta.

Eram elas um hábito, um treino; era a vida mesma da tribo, dos varões principalmente.

Tudo quanto contribuía aos sofrimentos e aos sacrifícios de cada um, redundava e transformava-se em um benefício para si mesmo, e no mesmo tempo para toda a comunidade, e Jhivajhãá participava de todas as expedições, acompanhando sempre o seu Joãozinho.

O objetivo sempre encarado era de conservar a tribo e a sua coesão e a sua força pela união íntima de todos os seus membros, a fim de poder resistir vitoriosamente contra todas as tentativas de dispersão que os seus inimigos procuravam exercer contra eles.