Depois de varar estas espinhosas defesas à custa de algumas rasgaduras e outras tantas arranhaduras, segui explorando o mato, procurando para andar melhor e mais comodamente os lugares menos apertados; quando, de repente, surgiu à minha frente um lobo, um "aguará-guazá" como o designam os guaranis e paraguaios.
Esse bicho tem o tamanho de um cachorro grande, de que tem o porte e com o qual poderia confundir-se, a não ser a sua cor, castanho-claro muito avermelhado; isto é, de um vermelho de tijolo.
Vendo-me, a sua surpresa foi talvez igual a minha! Eu estava bem longe de pensar em topar com o tal bicho.
Fincando meu machete que levava na mão direita no chão, fiz rapidamente pontaria nele e apertei o gatilho.
A bala atingiu-o; porém, só lhe teria feito uma ferida em forma de sedenho se, a má sorte para ele, não houvesse intervindo e feito com que no mesmo instante ele se achasse obrigado a pender um pouco para a esquerda.
A bala rasgou-lhe as costas deste lado e, saindo, penetrou na parte inferior das costas, indo sair do lado direito depois de haver-lhe atravessado o pescoço.
Ele caiu gravemente ferido e perdendo muito sangue. Como desejava reservar-me o couro, acabei de matá-lo a golpe de machete.
Começava a tirar-lhe a pele quando Joãozinho chegou.
Tinha ouvido o tiro.
Prestou-me a sua preciosa ajuda, porque ele foi que fez todo o trabalho.
Entre os bugres — e isto, entre os de diferentes tribos- transmite-se a lenda que o couro desse lobo,