A vida dos índios Guaicurus

livra e preserva da mordedura das cobras e mesmo que as afugenta.

Pretendem também que as mordeduras se tornam inócuas para quem leva consigo um pedaço daquela pele.

Os Guaicurus nisto também acreditam, e Joãozinho tirou escrupulosamente o couro do bicho de pelo vermelho, do qual pediu-me certas partes.

Temos visto brasileiros que nas campanhas levam nos arreios dos seus cavalos um couro de lobo, algumas vezes inteiro, ou pelo menos um bom pedaço; outros usam de algumas pequenas correias tiradas dele, as quais conservam o pelo sempre com o fim de afastar as cobras e de proteger-se das suas mordeduras.

Voltamos em seguida ao acampamento, onde achamos os três bugres nossos companheiros, que também haviam regressado.

Eles contaram então ao Capitãozinho que numerosos urubus adejavam, alguns muito baixo, não muito longe do pouso e em cima da clareira onde foi morto o boi, e outros ainda mais numerosos ao norte da nossa posição, a um quilômetro e meio, ou dois.

Mas como estavam a pé, eles voltaram dando como suposição, e para desculpar-se, que devia haver ali uma carniça que atraía os urubus. Pois era perigoso ir a pé no caso que a onça estivesse amoitado pertinho.

Joãozinho disse-lhes então que tomassem logo os cavalos e fossem ver o que havia naquele lugar.

Foi o que fizeram imediatamente, levando consigo os cachorros.

Entrementes, o Capitãozinho ficou comigo no pouso.

De vez em quando dávamos volta à carne, a fim de que secasse melhor e mais depressa.