A vida dos índios Guaicurus

a caça a voltar frequentemente aos mesmos lugares e a girar do campo limpo, descrevendo numerosos círculos. Finalmente, de um tiro com uma pontaria mais certeira, Joãozinho derrubou-a no chão.

Era uma anta velha, cujo corpo tinha o tamanho de um jumento de grossura média, suspenso acima de pernas muito mais curtas.

Várias balas lhe haviam esfolado o couro; algumas delas haviam mesmo penetrado, mas foi a última somente que havia sido mortal.

Tinha entrado de frente entre as costas e o pescoço. Joãozinho, logo pôs-se a tirar-lhe o couro e separou os dois quartos traseiros.

Carregamos no meu cavalo o couro na garupa e os dois quartos amarrados juntos no de Joãozinho.

Entrementes, os cachorros, sem mais esperar, meteram-se a banquetear.

Bem o mereciam.

Logo regressamos para a aldeia, deixando, porém, os cachorros que se achavam muito felizes, com o festim que lhes oferecia a oportunidade de lambuzarem-se à vontade.

Tivemos que alongar o nosso caminho porque não podíamos mais atravessar o mato com a sobrecarga que transportávamos e que fazia mais pesada e mais atravancada a marcha dos nossos cavalos.

Chegamos ao cair do dia.

Bugres desocupados pegaram os quartos que trazíamos e começaram a charqueá-los.

Aguardamos mais ainda alguns instantes antes de comer.

Sempre a mesma comida! Mas a mandioca assada agradava-me bastante, como também o milho verde, quer fervido, quer assado.