preciso quando, nas grandes e trágicas circunstâncias da existência da tribo, ou que quaisquer dos seus membros corriam perigos.
Era ainda o caso hoje, e era ela sozinha, neste momento dos mais angustiosos a alçar-se ao nível do perigo comum e a sacrificar-se uma vez mais, oferecendo a sua vida para salvar a dos seus.
Antes de tudo, Jhivajhãá deu ordens aos anciãos da aldeia e aos mais moços para que ajudassem as mulheres e as crianças a procurar um esconderijo bem seguro na mata que rodeava o Morro do Niutaque até o rio de mesmo nome, e da qual eles conheciam todos os cantos e recantos e onde poderiam achar nas anfractuosidades, os esconderijos para abrigar-se.
Caso fosse necessário, se o perigo aumentasse e se tornasse mais apertado, lhe seria fácil atravessar o rio e fugir além, até alcançar a grande mata que cobria os contrafortes da Serra Bodoquena.
Não era possível a Jhivajhãá mandar buscar um cavalo. Ela deu ordens de reunir a tropa e de fazê-la passar ao outro lado do rio desde as primeiras horas da manhã seguinte.
Todo o pessoal feminino da aldeia e as crianças, que eram muito numerosas, aprontaram-se para deixar os ranchos.
Levaram tudo quanto puderam, não deixando nada do que podia ser-lhes útil, e nos primeiros fulgores da aurora eles puseram-se a caminho.
Não tinham necessidade de ir muito longe.
Conheciam de antemão os lugares mais seguros, onde estariam bem abrigados e em completa segurança.
Porque era quase certo que os atacantes, mesmo soldados que fossem, não ousariam arriscar-se a persegui-los no mato.