A vida dos índios Guaicurus

Assim mesmo, Joãozinho, sempre prudente, voltando para a sua aldeia, avançou com muitas precauções.

Um dos ranchos queimava, acabando de consumir-se na solidão em que haviam deixado a pequena aldeia, os últimos e tão indesejáveis ocupantes.

Joãozinho e os seus companheiros tentaram apagar com terra o fogo do incêndio, porque um pouco de vento, levantando as centelhas e chispas, podiam estas propagar o fogo a outros ranchos. Foram felizes, e pouco tempo levaram em alcançar o seu fim.

Em resumo, os prejuízos eram de pouca monta, não se falando do rancho queimado.

Haviam reparado que todos os esteios dos ranchos e outros paus grossos dos telhados, estavam crivados de balas.

Sem dúvida, avançando e aproximando-se da aldeia, os atacantes atiraram sobre os ranchos para assustar e inspirar o maior pavor à pequena população que supunham estar lá ainda, e também, quiçá, fizeram como uma espécie de tiro de barragem — expressão ainda desconhecida naquele tempo, como também, a própria coisa — para impedi-los de fugir e aumentar o número das vítimas, visto que o objetivo dessa expedição punitiva era a destruição da tribo ou a sua dispersão quanto ao que ficaria dos seus membros.

Antes de ir levar a nova à gente de sua aldeia, Joãozinho quis saber previamente se os seus companheiros que haviam sido colocados de vigia na proximidade dos carreiros que conduziam à aldeia do Tigre tinham observado bem os que haviam transitado naqueles trilhos e também quais eram as notícias que daquela Aldeia tinham chegado ao seu conhecimento.

Os seus cavalos estavam muito cansados. Não era prudente continuar a exigir deles mais serviços.