A vida dos índios Guaicurus

Entrementes, com o Joãozinho tínhamos continuado a nossa conversa que havia tratado de caças e coisas de caçadas.

Eu sentia muito, e logo manifestei-lhe, que não tínhamos podido achar a ocasião de fazer uma caçada de onça, bicho muito comum, cujos rastros se encontram frequentemente.

Insistir tornava-se inútil, se a ocasião não se apresentava.

Assim mesmo, procurando outra caça, a sorte pode levar os caçadores em topar com rastros de uma destas feras.

Contudo conservamos sempre essa esperança. E na próxima caçada que havíamos combinado entre nós, teríamos talvez a oportunidade e a sorte de matar uma delas.

Mas este perigoso e temível felino atravessa e percorre numa noite, distâncias consideráveis.

Algumas vezes, se a proximidade das aldeias ou nos campos, regularmente frequentados pelos índios, se encontram alguns rastros ou pisadas, elas não indicam mais outra coisa, senão a passagem rápida do bicho, a sua travessia.

E, no momento em que se nota o seu rastro, a fera pôde achar-se já várias léguas mais além.

Cachorros lançados nas pistas ficariam muito cansados antes havê-la encontrado; e mesmo não chegariam a deparar com ela.

Isso é a regra geral, mas pode haver exceções, conforme as circunstâncias.

Os indícios mais certeiros da proximidade do felino — proximidade relativa — é a existência de uma carniça, mais ou menos fresca, e também o rastro bastante recente de sua passagem, puxando uma caça um pouco grande e pesada ou volumosa, como cervo, veado, anta, tamanduá