Elas não eram verdadeiramente exigentes; não era muito custoso de satisfazê-las. Pois teria sido uma lástima ter-lhes recusado o nosso humilde e incompetente concurso em tais condições.
Ficaram encantadas e excessivamente satisfeitas. Para provar a sua sinceridade, deram às peças saídas das nossas mãos o lugar mais vistoso e mais honroso no presépio.
Que admirável ingenuidade! Quão grande a sua puerilidade!
Essa frivolidade infantil de meninas de 14 a 20 anos, não nos podia, porém, surpreender!
Moravam e viviam numa fazendinha isolada, sem um vizinho. Os moradores mais próximos eram os índios Guaicurus, a uns 40 quilômetros mais ou menos, e os habitantes do Rebojo Grande, a 120 quilômetros.
Com os primeiros, nada teriam que aprender.
Depois havia os parentes da mãe, que moravam na beira do rio Paraguai - margem esquerda, um pouco acima da foz do rio Tererê e a uma distância não inferior a uns 120 a 130 quilômetros, onde não se podia ir senão embarcado, isto é, por via fluvial.
Portanto, que podiam ter aprendido? Que podiam saber além do que, por tradição, lhes havia ensinado a sua mãe, que também havia sido criada, ela mesma, em condições mais ou menos idênticas?
Pelo Natal, e por tradição também, dedicavam-se, pondo tudo em ação, por espírito religioso antes do mais, em representar dignamente e pelo melhor modo, a ideia que se faziam do estábulo no qual, como se lhes havia ensinado, nasceu o Cristo Redentor. Sem pensar no grotesco que levava a sua imaginação inspirada por uma ingenuidade ainda tão pueril, à juntar ao redor do que representava o berço de Jesus, por falta de instrução