A vida dos índios Guaicurus

era devido aos acontecimentos que sobreviram, contrariando a sua marcha e o seu itinerário; mas sobretudo ao mau tempo, que, como nós, eles tinham sofrido.

Bem saíram de sua aldeia, no dia marcado, porém no seu primeiro pouso, na noite do primeiro dia de viagem, um cavalo havia escapado e arribado; esse contratempo lhes havia feito perder quase todo o dia seguinte.

Pouco tinham adiantado na sua marcha.

Tiveram de fazer pouso no campo e, como nós aquela noite, foram surpreendidos pela tempestade e por uma chuva diluviana que caiu. E sem barraca, sem nada com que se abrigassem!

Pela tarde do dia seguinte, chegaram ao corrixo do Veado Gordo, onde observaram a existência, apenas assinalada, de alguns indícios da nossa passagem que a forte chuva não tinha conseguido desfazer de todo.

Mas, na dúvida de que tínhamos podido voltar atrás, decidiram continuar sua marcha até o Rebojo Grande e foram dormir na beirada do segundo braço do corrixo do Veado Gordo, depois de tê-lo atravessado.

Chegaram por fim ao Rebojo, bastante cedo para saberem que tínhamos saído três dias antes.

Sempre com pouca pressa, tomaram o tempo para descansar, eles e seus cavalos. Foi somente três dias mais tarde que tomaram o caminho da volta, escolhendo ainda o caminho mais comprido.

Dirigiram-se, para tomar pouso, à lagoa do Caramujo, onde existiam uma capoeira e os restos de uma velha tapera que foi deles.

Enfim, dois dias depois, pela manhã, apresentaram-se na fazenda de Santo Antônio do Nabileque, onde nos contaram as suas peregrinações.

Em geral, quando se fala de índios, imagina-se ver homens armados com arcos e flechas, zagais, quebra-cabeças