A vida dos índios Guaicurus

lhes são dadas de presente e sob aquelas roupas usadas que não foram cortadas sob medida, se nos parecem um tanto ridículos, conservam sempre a sua soberba natural.

Estávamos pois, quando chegaram, no correr das festas do Natal.

Foi preciso, para dar-lhes um prazer, adiar por dois ou três dias a nossa partida, a fim de que pudessem aproveitar a carneada (8)Nota do Autorfeita por ocasião das festas.

Eles não tinham em vista senão os copiosos e gordos churrascos que se comem nesses dias de festas e que os nossas amáveis fazendeiros tinham a bondade de oferecer-nos.

Após a nossa chegada, a dona de casa mandara matar um novilho, de que, porém, já não restava senão muito pouca carne. No mesmo dia em que os bugres apareceram na fazenda, ela mandou carnear outro.

Da manhã até a noite, o Capitão Guazú-Ãcã. acompanhado dos seus cinco homens, contando nestes o seu tenente Joãozinho, festejavam particularmente os enormes assados que se sucediam quase sem cessar.

Ao redor de grande fogueira, podia-se ver meia dúzia de espetos compridos, fincados no chão e guarnecidos de restos de churrascos. A carne que os bugres comeram, assim como nós e mais o pessoal da fazenda, foi tal, que no dia de nossa partida, a dona de casa, querendo dar ainda aos bugres como presente alguns bons pedaços de carne, teve de sacrificar ainda um terceiro novilho, a fim de que a família e os que iam ficar tivessem após nossa partida com que comer por alguns dias.