noite como cobertor ou noutros momentos, para se preservarem quer do frio, quer da chuva.
Nas suas aldeias, todos os homens usam calças. Ou, em lugar destas, um pano de algodão ou uma tela de saco, com a qual envolvem o corpo e que prendem por meio dele uma correiazinha ou de um cordel. Conservam, porém, o dorso nú.
É com estas vestes primitivas e rudimentares que procedem aos seus trabalhos de roça - e com essas roupas que costumavam então usar os caboclos brasileiros, é que sobem para caçar ou partem para qualquer expedição, ficando quase sempre com a cabeça descoberta.
Durante a minha estada na aldeia, vi-os sempre assim. Pode-se dizer que é essa a maneira, a sua moda habitual de se vestir.
Nas caçadas que mais tarde fizemos juntos, o Capitão Guazú-Ãcã e o Capitãozinho levaram chapéus de feltro velhos, camisa e calça. Tinham mesmo a mais um ponche velho, para a noite ou para a chuva. Os outros bugres companheiros traziam apenas calça e tinham a cabeça descoberta.
Os cabelos, espessos e compridos, são mais que suficientes para preservá-los de uma insolação. Pareceu-me que o vestuário dos caciques, diferentes dos seus companheiros, era devido à minha presença.
Em outras circunstâncias, sem os conhecer, seria difícil distinguir os chefes dos seus homens.
Disse acima que a maior parte das suas roupas, do que usavam quando viajavam, provinham de presentes, dados por alguns fazendeiros vizinhos. É certo. Mas nunca são novos. Muitas vezes, são mesmo já surrados; eles, porém, os aceitam sempre com prazer.
Sob este ponto de vista, o índio não é orgulhoso. Ele não pensa rebaixar-se, vestindo roupas velhas que