A vida dos índios Guaicurus

hectares na beira do rio Paraguai e na sua margem esquerda, onde se achava situado o seu principal estabelecimento, chamado Barranco Branco.

Opunha-se à que qualquer pretendente a alguns milhares de hectares viesse ali fazer morada, ainda que em lugares muito afastados e desocupados.

Poderoso junto ao Governo do Estado, conseguia tudo quanto desejava. E o governo recusava-se sempre a reconhecer certos direitos de propriedade adquiridos por alguns desses pretendentes ali estabelecidos desde vários anos.

É assim que um caso análogo se dava com o ocupante -um patrício dele- da fazenda Santo Antônio do Nabileque, onde fomos gentilmente acolhidos pela dona da casa, na ausência do marido, o proprietário ainda em expectativa.

Quanto os outros moradores, os legitimou primeiros ocupantes, que tentaram estabelecer em lugares muito afastados e não ocupados, tiveram eles de abandonar os campos que tinham escolhido para morar.

O mesmo se dava com os índios Guaicurus que, segundo os desejos do Senhor de Barranco Branco, o governo devia expulsar das "suas terras", apesar de aí estarem desde longas décadas e muito antes que ele próprio viesse para o Mato Grosso.

Por isso os Guaicurus estiveram, muitas vezes, na necessidade de defender-se contra as forças de polícia e até de soldados do governo federal, mandados pelo governador do estado, de acordo com o coronel - então comandante dessas forças - à instigação de amigos influentes, a pedido do senhor português.

Apesar de tudo quanto foi tentado e feito, os