Que tivessem roubado e matado para comer algumas rezes que não eram deles, é coisa muito possível e mesmo provável.
O comunismo - o verdadeiro, não este utópico, que rezam as teorias pregadas às massas ignorantes, pelos que aspiram a viver na ociosidade e na abundância, a custo do proletariado, que compõe as nove demais partes dessas massas inconscientes, a quem se meteu na cabeça que eram conscientes e organizadas; o comunismo, digo, reina entre eles. A sua consciência não podia ofenderse, nem sofrer nenhuma perturbação, praticando eles um ato que a condição social, e a sua maneira de viver, admitiam e aprovavam como sendo coisas muito normais e lógicas.
Mas, assim mesmo, nisto havia grande exagero.
Ademais, existe neste caso, tendo em vista as circunstâncias, um fundo de verdade que se deve esclarecer e pôr em plena luz.
O Senhor de Barranco Branco, que tomara posse - a título de primeiro ocupante - (o que não era fundamentalmente exato em relação a todos os terrenos aos quais pretendia, mas uma situação de fato criada e imposta pela força)- do imenso território de mais meio milhão de hectares havia fundado, além do estabelecimento principal, que chamou de Barranco Branco, na margem esquerda do rio Paraguai e abaixo um pouco da foz do rio Branco, alguns outros menores e secundários. Pousos e retiros disseminados nessa vasta superfície de que se assenhoreou, mas, forçosamente, muito distantes uns dos outros, e onde não podia manter senão um pessoal muito reduzido e incapaz de dar conta dos trabalhos que exigiam todos os cuidados com o gado. Os retiros achavam-se, às vezes, abandonados - como atualmente se dava com o retiro São João. O gado não recebia