A vida dos índios Guaicurus

seguidamente os cuidados que necessitava de modo regular, nem mesmo todos os anos. Apesar dessas falhas nos cuidados, o gado multiplicava-se consideravelmente e era muito difícil avaliar, mesmo aproximadamente, o número de bovídeos que pastavam e viviam em liberdade — à solta — naquele vastíssimo território.

Não obstante, pessoas muito entendidas e competentes no assunto avaliavam em mais de duzentos mil o número das cabeças de gado. Precisamente, por causa da falta de cuidados seguidos, o gado achava-se, muitas vezes, nem "divisado" nem "marcado" e, ainda mostrava tendência a afastar-se ainda mais dos estabelecimentos, pousos e retiros; e no mesmo tempo, pouco a pouco tornava-se arisco, a ponto de correr e fugir do homem desde que pressentia a sua aproximação ou a sua presença.

E, neste caso, lia um fato que se deu, fato perfeitamente reconhecido: os touros que se tornaram bravios - e são eles os mais prontos e propensos a esta mudança - buscam e aproveitam todas as ocasiões para arrebanhar o gado ainda manso. Assim, as manadas de gado bravio vão se engrossando sempre em detrimento dos criadores. A destruição e a eliminação do gado arisco que existe numa região devem ser encaradas como sendo do maior interesse para todos os fazendeiros das vizinhanças.

Os índios podiam dar-lhes ajuda necessária e cooperação muito útil e com toda boa vontade, porém não foram procurados.

E o gado bravio continuava aumentando.

O fazendeiro que suportava o maior prejuízo era ainda o Português de Barranco Branco.

Por outro lado, conscientemente roubado pelos seus próprios servidores e seus vizinhos mais próximos - sem