A vida dos índios Guaicurus

Esses desenhos representavam um tecido quadriculado. Em algumas o desenho, em lugar de ser feito quadradinho, era de lozangos, maiores em umas e menores em outras.

Mas, pouco mais tarde, tendo podido vê-las de perto, percebi que era uma espécie de tatuagem, ou melhor, um adorno pintado na própria pele.

Efetivamente, reparei logo que pintavam o corpo, isto é, o busto, e, sobretudo, o rosto, empregando para este fim uma preparação feita por dias. Dir-se-ia quando os desenhos eram traçados em linhas finas, no rosto por exemplo, que se tratava de uma verdadeira tatuagem, pela sua cor azulada.

É certo que os lozangos ou quadrados que compunham o desenho xadrez, vistos à distância, podiam deixar crer que a mulher que os levava estava realmente vestida, quando vista de costas.

Nem todas as mulheres estavam assim pintadas. As velhas, sobretudo, se dispensavam dessa "coquetterie" — e se conservavam ao natural.

Velhinhas, muito velhas, enxerguei somente três ou quatro.

Mas ainda, nas grandes festas e regozijos de tribo, talvez se permitam certa alteração ao que era o seu traje ordinário de todos os dias para fazer reviver nelas, durante dias ou horas, alguma coisa como um repuxo da primavera da sua existência, ilusão tanto maior quanto as neves invernais não haviam ainda cabido e embranquecido as suas cabeças.

As tatuagens falsas fazem-se na ocasião dos grandes regozijos e conservam-se, a miúdo, entre duas festas consecutivas.

A tinta pode se desfazer com bastante facilidade. As mulheres pintam-se de novo, com outros desenhos, ou reforçam os velhos. Como se pode imaginar, pelo que