A vida dos índios Guaicurus

fica exposto acima, todas as bugras são muito garridas no seu gênero e o serão mais ou menos conforme as tribos.

Elas sabem por tradição aproveitar, com o gosto que lhes é peculiar, os produtos diversos que a Natureza lhes fornece generosamente.

Fora a decoração do corpo e do rosto com as tatuagens falsas, isto é, de imitação, elas têm ainda adornos, colares, pulseiras, penduricalhos e diversos brincos com os quais se enfeitam.

No feitio desses objetos entram sementes de algumas plantas, unhas e dentes de feras e madrepérolas proveniente de um molusco bivalve que vive nas lagunas. E ainda, além de tudo isto, para completarem os seus atavios, fabricam diversos enfeites com penas de aves para si e para os homens.

Nem todas as mulheres ficam ociosas na aldeia. Se as criancinhas não lhes dão muito trabalho, os seus afazeres habituais não são por isso menos penosos.

São elas que vão procurar toda a lenha e buscar água. Fabricam diversos utensílios de cerâmica - assaz grosseiros, como se pode imaginar. Preparam também certas fibras com as quais tecem cinturas e saquinhos que os homens levam para carregar miudezas e outros pequenos objetos e também o fumo e a palha de milho para fazer cigarros (14)Nota do Autor. São as mulheres que tratam da roça, quer para plantar, quer para fazer a colheita; e são ainda elas que mantém e conservam a aldeia quando os homens se ausentam, seja para uma expedição, seja para uma caçada ou quando eles ficam ocupados em lidas que são da sua competência, como a criação de gado e de cavalos.

As moças, sem serem precisamente bonitas — entenda-se beleza de bugras — têm as linhas bastante regulares.