Achando-se bem de saúde, essas linhas não ficam acentuados, nem muito pronunciadas. Elas têm o nariz tanto mais achatado quanto mais novas. Têm a boca bastante grande, porém, em geral, com lindos dentes — o que contrasta com a má dentadura que temos notado em mulheres de outras tribos.
Sob este aspecto, as Guaicurus, moças ainda, diferenciam-se das de outras tribos do sul de Mato Grosso, mais próximas dos autócnes que perdem muito cedo seus incisivos superiores.
À medida que envelhecem e aumenta o número dos partos, as mulheres vão-se deformando rapidamente; e os duros trabalhos a que têm de se entregar, debaixo dos causticantes raios do Sol e também das outras intempéries, como a chuva e o frio, trazem para esta transformação, poderosa e inevitável contribuição.
Muitas delas, que aparecem velhas e enrugadas, terão apenas ultrapassado os quarenta anos. Em algumas os traços são tão acentuados e profundamente vincados que as fazem perder totalmente o que, nas suas feições, podia ainda existir como traços ou vestígios do seu sexo.
Mas como as belas senhoras e como as belas senhoritas que se veem nas cidades e mesmo nas aldeias dos países mais civilizados, as índias Guaicurus sabem também fazer uso da maquiagem e dar, graças às cores e ao urucum, a sua fisionomia, às vezes doentia, murcha e encarquilhada — segundo a idade — um ar de juventude.
Assim, na ocasião das festas e regozijos que os Guaicurus organizam nas suas aldeias, todas as mulheres, um pouco maduras ou mais que maduras, aparecem transformadas debaixo dos seus atavios. Todas têm sabido rejuvenescer-se e reparar os danos causados pela idade.