A vida dos índios Guaicurus

como o tango, o fox-trote, o shimmy ou o charleston da América do Norte e imitadas das danças negras africanas. Não mencionamos aqui nem o cancan nem o maxixe, cuja obscenidade repugnaria provavelmente, aos bugres.

Assim vai o progresso!

E dizer que todas estas danças, estas folias, tornaram-se uma loucura nos brancos em todos os seus salões onde ecoava a música à bambula, que os americanos batizaram com o nome de Jazz para disfarçá-la com outro nome e dar-lhe maior aceitação.

Mas voltemos aos nossos bugres Guaicurus. Para eles, a música? Oh! Isto é o de menos, e não ficam embaraçados para resolver a composição da orquestra.

Vi uma espécie de violão, ou guitarra, "mbaraca" dos Guaranis, confeccionada por eles mesmos, e mal afinada — naturalmente — para acompanhar uma sanfona velha, ofegante — um achado, ou um presente decerto — servindo apenas para marcar o compasso. Orquestra das mais primitivas, mas, sobretudo, das menos complicadas, à qual se juntam os ruídos agudos dos apitos, espécies de flautas de taquara, o bater as palmas, e o rufo de algum tambor.

Pois, nestas grandes circunstâncias, todos e todas, bugres e bugras, fazem a máscara! Isto é, compõem-se um rosto adequado ao seu papel, adornando, ao mesmo tempo a sua cabeça com uma espécie de diadema de penas e arrecadas nas orelhas.

É um grande trabalho em toda a aldeia, onde deve ter lugar a festa, durante os dois ou três dias que antecedem os divertimentos.

Portanto, a artista pintora, enfeitadora, ornarmentista, tatuagista em falso, tem uma lida enorme.

É provável que tenha ajudantes ou aprendizes,