desenrolar-se a mais ou menos 2 quilômetros do Morro do Niutaque e da aldeia, despojada dos seus habitantes, se havia tornado mais trágica ainda pelos tiros disparados às centenas — sem moderação e inutilmente, pelos soldados do destacamento — embora esse abuso de consumo de pólvora e de cartuchos havia sido dos mais úteis aos índios.
Aqueles tiros que se podiam qualificar de intenso tiroteio, e, sobretudo, os últimos disparos pouco antes do pôr do sol, — no momento em que a natureza inteira se prepara e recolhe-se para entrar no descanso, numa calma cada vez mais profunda. Pela parada geral de todos os ruídos que marcam a intensidade da vida, — foram muito bem ouvidos no morro do Niutaque, assim como os seus ecos, que se estenderam prolongando-se e repetindo-se indefinidamente, porém de mais a mais enfraquecidos, ao longo da cordilheira.
Estas descargas causaram na alma dos coitados índios, escondidos nas proximidades, a angústia mais profunda.
Eles sabiam que Joãozinho e os seus três companheiros estavam ainda no campo; mas, ignorando a manobra de Jhivajhãá, os seus senhores não se levaram senão para o seu Capitãozinho que todos muito queriam.
Estes tiros tiveram ainda outra vantagem, quanto mais que não fizeram vítima nenhuma, a de repercutirem no campo, onde de capão em capão os ecos se propagaram e vieram encher de medo os quatro caçadores, aterrorizando-os.
Eles então aproximaram-se a toda pressa da direção de onde saíam os tiros e pouco depois avistaram as fumaças da queimação do campo.
Não sabiam então o que pensar, senão que era preciso proceder com muita prudência.
[link=19613]Ilustração: Trio de bugres Guaicurus[link]
[link=19614]Ilustração: Irmãs de uma tribo na Aldeia Grande[link]