na sombra e debaixo dos auspícios de um governo e de autoridades que lhes traziam o seu assentimento, sua ajuda e a sua proteção.
Joãozinho observou, por longo tempo, o coração a explodir de vingança diante de uma tão grande iniquidade e de uma infâmia tão atroz; mas também, cheio de uma-raiva que bem sabia impotente.
Contudo, estava pronto a sacrificar a sua vida e fazer-se matar para salvar os seus.
E apesar desta sede de saciar a sua vingança, presenciou pálido, tremendo de raiva e imobilizado a retirada dos agressores, a volta atrás do destacamento que tomava a direção da fazenda São João, ficando sempre nele a dúvida crua de que uma grande desgraça caía sobre os seus, sobre a sua tribo.
Sem perder de vista a escolta que desaparecia a trote comprido do lado da fazendinha, esperou ainda alguns minutos mais e logo lançou um grito, virado do lado da banda onde o aguardavam os seus companheiros. Quase logo um grito semelhante lhe respondeu. E, poucos instantes depois, os seus três companheiros juntavam-se a ele.
Os quatro então a cavalo dirigiram-se para o capão incendiado.
O fogo iluminava todo o campo e expandia agora de noite as suas chamas, as luzes vacilantes e movediças, às vezes morrediças, às vezes mais vivas e mais brilhantes, que na sua mente tinham para eles como um aspecto sinistro, uma dolorosa significação.
Eles puderam atravessar a linha do fogo numa parte onde este apresentava pequenas soluções de continuidade e aproximaram-se o mais depressa do bosque, cuja borda, ao seu redor, ficava braseiro que ia pouco a pouco se apagando por falta de combustível suficientemente