A vida dos índios Guaicurus

capivara que os índios comem, constituem o que se pode chamar a caça grossa.

Existe ainda, e em grande número, muitos outros animais — caça de pelo, — menores que os índios não desdenham.

Entre estes últimos, encontram-se roedores, carnívoros, frugivores. Em caso de necessidade, eles comem a carne de saurios como jacarés, iguanas, lagartos; de quelônios como o jaboti, e desdentados, compreendendo as diversas espécies de tatus e até os tamanduás.

A caça de penas é excessivamente numerosa e encerra diversas espécies de patos e marrecos, de muitas pernaltas, garças, tuiuiús, colhereiros, carões, curicacas — estes dois últimos da família dos ibidais, — socós - espécie de butor, les phasianides, aracuã, jacés, jacutingas, mutuns; enfim, os galináceos, compreendendo diversas variedades de perdizes, como o jaó do mato e a perdiz "martineta" do campo, que são as maiores. Logo após vêm outras menores, umas do mato como o nhambú e outras do campo como a codorna. Como é fácil imaginar pela descrição supra, que está longe de ser completa e na qual se apontam somente as peças mais importantes e mais comuns; estando bem providos de pólvora e de chumbo, e de cartuchos para as suas clavinas — eles só possuíam duas em todo — era custoso, senão impossível a estes bugres passar fome em tal país, quanto mais estando providos ainda de bons cavalos e de cachorros.

Além disso, os rios abundam em peixes de muitas espécies.

Nos campos e nos matos existem grandes quantidades de frutas diversas, dom da Natureza, e sobretudo milhões de abelhas — que são as melíferas americanas,