A vida dos índios Guaicurus

seus cavalos em bestas de carga, puxavam-as pelo cabresto. As cargas eram volumosas e pesadas.

Assim marchamos francamente para leste, em direção ao rio Nuitaque e rumo ao ponto em que nos parecia mais perto.

Depois de um quilômetro e meio de marcha, talvez um pouco mais, devido às voltas, chegamos ao campo limpo, isto é, ao campo limítrofe da parte brejosa e apaulada do rio.

Este campo era muito estreito e o brejo que marginava o rio não tinha mais de uns oitenta metros de largura.

Ali, à orla de um capãozinho bastante ralo, decidimos fazer o nosso pouso.

Descarregaram-se os cavalos e logo acendeu-se o fogo.

Fui eu o primeiro a ir buscar lenha, deixando aos bugres o cuidado de ir à procura da água, serviço que não me agradava por causa do brejo que precisava atravessar.

Em seguida fiz uma limpeza à beira do capãozinho, onde havia escolhido entre dois paus o lugar de comprimento certo para armar minha rede de maneira que ficasse à sombra e abrigada do orvalho. Joãozinho e um dos bugres se ocuparam em espichar laços, procurando o sol, com o fim de pendurar a carne do boi que iam principiar a charquear.

Em razão da importância desta bela e última presa, nossa caçada achava-se agora definitivamente acabada.

E era quase certo que a nossa volta à aldeia não sofreria muito atraso.

Agora, era míster ocupar-se em charquear a carne para não perdê-la.