A vida dos índios Guaicurus

Infelizmente não compreendia absolutamente nada de sua conversa.

Provavelmente cada um deles expunha as suas reflexões e emetia suas apreciações a respeito da caçada que tão feliz havia sido, e lhes havia dado tão bons e belos resultados.

Como caças, as peças grossas davam, como era natural, o maior apreço.

Mas a miúdo, nas suas caçadas, a caça consistia em porcos do mato, cervos, veados, antas, que eram para eles as peças maiores e com as quais ficavam muito satisfeitos e felizes; as de gado bravio eram mais raras.

Algumas vezes, tinham de contentar-se com caça mais modesta: tatus, jabotis, mutuns, jacús, perdizes; então para ajudar e completar o necessário a sua alimentação, tinham de recorrer ao mel, aos palmitos e às frutas e aos produtos das suas roças.

Ainda, acontece algumas vezes que o mau tempo os impede de sair e de ir em busca de seus meios de existência, do seu sustento quotidiano e, numa palavra, de sair a caçar.

Se não têm nessas ocasiões algumas reservas alimentícias, apertam a cintura e passam fome durante alguns dias.

É preciso. porém, fazer observar que esses casos são raríssimos.

A roça sempre lhes fornecerá, num caso de apuros, quer seja mandioca quer seja batatas doces.

Será talvez aquelas prementes ocasiões que se deve atribuir o costume pelo qual, quando o céu lhes manda a abundância, querem sem demora aproveitar logo, até não poder mais, mesmo a risco de arrebentar.

Isto lembra-me os peões chilenos, quando se lhes