A vida dos índios Guaicurus

Uma meia hora mais tarde os bugres estavam de volta.

Com mil exclamações, demonstravam a exuberância de uma alegria que não podiam conter, nem moderar.

Contaram ao Capitãozinho que ali havia uma vaca morta que os urubus já haviam começado comer em algumas partes onde o couro é menos resistente, como na ubra.

Os olhos haviam sido arrancados, provavelmente logo no início.

Era uma vaca que amamentava.

O seu bezerro, de cinco ou seis meses, havia fugido quando chegaram, mas seguramente voltaria; e que, tomando alguns cuidados, seria possível aproximar-se dele e abatê-lo.

Tinham reparado que a mãe tinha morrido da ferida de uma bala; e não havia mais dúvida agora, quem a havia baleado: era o bugre que havia sido destacado pela manhã do nosso grupo por Joãozinho e mandado para a parte sudeste da clareira quando nós partimos em sentido oposto.

A vaca atingida pela bala seguiu correndo com os outros bovinos da manada e foi cair e morrer um quilômetro mais longe.

Era uma verdadeira benção que nos caía do céu.

Raramente, ou mesmo jamais de memória, os Guaicurus tinham sido tão felizes, tão colmados, nas suas caçadas.

Todos exultavam, todos tinham que dizer alguma coisa.

Falavam mesmo dois ou três ao mesmo tempo e, nos seus acentos, nas suas entonações, sentia eu, que a sua satisfação era completa.

Era a alegria prorompida de sua pueril mentalidade.