De certo havia com que, e o motivo tinha força de caso mais excepcional.
Joãzinho não ficava menos entusiasmado que seus companheiros bugres, porém mantinha-se mais reservado. Sua idade tinha nisto alguns peso. Tinha bem certamente uns dez anos mais que o mais idoso dos seus jovens companheiros.
Não há dúvida nenhuma, todos juntos já tinham encarado a possível realização de grandes distrações na aldeia para festejar uma sorte tão grande.
E, bem creio — mas ainda sem louvar-me — que nas suas superstições eles não chegaram longe de atribuir à minha presença, no meio deles, esta sorte feliz, extraordinária, quase insólita, este sucesso nunca visto de nenhum deles, que os enchia de júbilo e lhes fazia nadar na alegria e na abundância.
A conversação não parava. Um sorriso permanente manifestava-se nas suas faces e tirava das suas fisionomias a dureza habitual.
O Capitãozinho enxergava entrementes a dificuldade que ia ocasionar o transporte de tanta carne; e para vencê-la, a sua decisão foi logo tomada.
Ordenou a um bugre que partisse imediatamente à aldeia para buscar a ajuda de um companheiro com mais dois bois cargueiros.
Não havia menos de cinco léguas (30 km) para chegar ao Tuiuiú e, pior ainda, sem caminho nem trilhas.
Para facilitar a marcha era preciso seguir enquanto fosse possível a batida da ida, isto é, o rastro que tínhamos deixado.
Havia também, como obrigação, a necessidade, dada a hora tardia, de fazer quase a metade da viagem de noite.