A garridice das mulheres tinha empregado para esse fim todos os meios que a tradição e os usos em honra na tribo lhes havia transmitido.
Os produtos naturais da região, as ocres, as hematites e o urucum lhes forneciam em tons diversos todos os ingredientes que exigiam as suas pinturas.
Não faziam contudo, naquela época já remota, com o uso desses pós de cores que a natureza como de propósito havia colocado em abundância na sua mão, uma concorrência aos raros fabricantes dos corantes modernos, cujo mínimo consumo não era reservado fora do teatro, senão à classe das hetaires e das demais cortesãs, tanto das altas como das baixas camadas sociais.
A abstenção da prática de pintar-se, no mundo feminino em geral, era uma das características pelas quais se reconheciam as mulheres honestas e virtuosas.
Hoje, este meio não existe mais.
Em nossa época, esta abstenção não é de bom tom. É o oposto, que se rebusca.
Pois o baralho fica agora muito misturado!
Poderia supor-se, não sem algumas razões, que esse gosto moderno e abusivo de pintar-se, inato nos povos primitivos e selvagens como se nota ainda hoje o costume entre numerosas tribos de índios, houvesse vindo implantar-se com força e exagero nos povos mais civilizados de nossos dias, fazendo atavicamente reaparecer
os gostos que os seus remotos antepassados tinham para esse disfarce físico do rosto. Disfarce que em muitos casos, sob o pretexto de criar mais beleza, serve para esconder, mais a miúdo, senão defeitos, vestígios ou indícios de velhice prematurada ou de saúde enfraquecida ou doentia.
A pintura da cara, como diversos aparelhos destinados a encobrir ou a fazer desaparecer as falhas e os