A vida dos índios Guaicurus

Não há erva-mate. Mas é bastante fácil aos bugres procurarem o pó da preciosa planta.

Em Santo Antônio do Nabileque e no Rebojo Grande, por mais que este último lugar seja bastante distante das suas aldeias, eles vão, assim mesmo, até lá para abasterem-se dele.

Para eles, como para todos os indígenas da região do sul de Mato Grosso, como também do outro lado do rio Paraguai — margem direita, território do "Gran Chaco", a erva-mate, desempenha um papel muito importante na alimentação e em sua própria existência.

O mesmo se dá com todos os habitantes dos campos e das cidades de todo o Paraguai.

Nem o café, nem qualquer outro sucedâneo, destronará jamais o mate que tem o mesmo fim e é muito mais econômico, visto que não exige o emprego do assar que o café não pode dispensar.

Sabe-se que os alcaloides que contém o Ilex Brasiliensis, são excitantes do sistema nervoso, sendo tônicos no mesmo tempo.

A cafeína, a teína, a mateína e mesmo um pouco de guaranina, cada uma delas em pequenina quantidade - embora seja a mateína o alcaloide principal que domina no mate - constituem conjuntamente, na sua associação, um papel benfazejo e talvez mais proveitoso para a economia do organismo, que não poderia fazê-los cada um deles tomado separadamente, seja em café, chá ou guaraná.

E, dando-se ao mate que, ainda mais, é muito diurético, o apelido de "engana fome", é que realmente ele permitte sobre este ponto suportar fortes privações.

Ele parece, pois, gozar das propriedades da "coca" que usam os bolivianos, mas, decerto, em grau muito menor.