A vida dos índios Guaicurus

Agora, pelas boas notícias que eu acabava de dar-lhes, creem-se tranquilos por muito tempo, senão para sempre, sentindo-se em confiança graça à proteção que lhes prometeu o governo do estado, que lhes dá uma prova patente, decretando que as terras que ocupam lhes são difinitivamente e exclusivamente reservadas.

Se há de supor que esse novo estado de coisas durará muito tempo.

Porque de todos os terrenos da zona, num raio de várias léguas e rodeando os reservados aos Guaicurus, é bastante custoso achar superfícies convenientes para o estabelecimento de moradores, senão pontos isolados e distantes uns dos outros e relativamente pequenos, por mais que haja terrenos bastantes, próprios à agricultura.

Por esse motivo os vizinhos tornar-se-ão raros, e os Guaicurus por longos anos ainda poderão considerar-se senhores e donos de toda a imensa região que rodeia as terras que o governo acaba de lhes conceder e reconhecer em próprio favor, como o notamos num capítulo anterior.

Outro churrasco, raízes de mandioca e espigas de milho assadas com mais mandioca cozida com carne e ossos, constituíra no nosso repasto da noite, seguido ainda de um mate!

Ficará talvez o leitor, a quem não se passa a guampa ou a cuia, quando haverá acabado a leitura desta descrição, saturado de mate?

E, ainda que nunca o tivesse provado, poderia bem tomar nojo do nosso famoso "mate-chimarrão", com o qual o importunamos até enfadá-lo e enfastiá-lo, de