A vida dos índios Guaicurus

ou apertar de novo as cinchas dos cavalos, porque ela não achou vestígio de fogo.

Ela passou.

Pouco depois de haver atravessado uma espécie de cerrado muito ralo, o rastro continuava num campo limpo.

Pôde segui-lo apesar da escuridão que caía rapidamente.

O campo estendia-se sobretudo a sua esquerda, mas o rastro se dirigia no mais curto, numa matinha que se via à sua direita.

Chegada na sua borda, ela parou rendida, exausta, sem mais forças.

Não enxergava mais nada.

Deixou-se cair !

Suas fadigas físicas haviam aniquilado suas forças morais e a sua faculdade de pensar; eram tais que uma vez no chão, não sentiu mais forças para mover-se e modificar da posição que a sua queda lhe havia dado.

A cabeça queimava-lhe e denunciava a febre ardente que paralisava nela todos os seus reflexos.

Não pensava mais e teria sido incapaz de compreender e raciocinar na precária e extremamente perigosa situação na qual se achava e tinha vindo tão voluntariamente atirar-se, como no estado crítico em que se achava a sua saúde.

Ficou lá, na mesma posição, uma hora, duas horas, três horas, talvez muito mais!

Um verdadeiro farrapo humano, exausto pela fadiga, a quem a fome havia ainda acometido e contribuído para este esgotamento das suas forças.

A frescura da noite, a umidade proveniente do orvalho abundantíssimo, a transpassaram de frio.

Do seu corpo e da sua tanga a água escorria, molhados como depois de uma chuva.