A vida dos índios Guaicurus

duas aldeias, enchendo de pânico todos os espíritos, tanto mais que não ficaram senão mulheres e crianças.

Ela, porém, assegurou a Joãozinho até certo ponto, explicando-lhe e detalhando-lhe as medidas que ela havia tomado e as ordens dadas para pôr a população das duas aldeias ao abrigo de uma surpresa e de um ataque.

Eles todos tinham um medo terrível dos soldados.

Não era também sem razão, porque já e em muitas vezes tinham tido que sofrer das suas brutalidades.

O seu susto estava infelizmente demasiadamente bem fundado pelas cruentas experiências que tiveram de aguentar por parte deles em diversas ocasiões.

Agora Joãosinho e os seus companheiros não ignoravam mais nada da nova desgraça que os atingia e do perigo que pairava sobre eles.

Não era nem o momento nem a ocasião de se mostrarem valentes.

Toda defesa tornava-se inútil.

Precisavam antes precaver-se contra a ameaça do perigo por meio de sábias disposições, consistindo em tomar simplesmente as medidas pela segurança de todos, evitando toda possibilidade de um encontro com os seus agressores.

Imediatamente Joãozinho mandou dois dos seus homens, que se foram nesta mesma noite, em busca do Capitão Guazú-Ãcã e dos bugres que o acompanhavam.

Entre eles havia sido combinado que se encontrariam na beira do Niutaque, no ponto onde este acaba de correr entre suas barrancas firmes e altas, isto é, onde começam os campos baixos e brejosos.

Os dois bugres chegaram naquela mesma noite e antes do alvorecer.

A sorte os favorecia singularmente.

Eles encontraram efectivamente o acampamento do Capitão Guazú-Ãcã, onde dois bugres somente haviam passado a noite.