A vida dos índios Guaicurus

Já a noite tinha chegado. Eles voltaram atrás e tomaram o caminho do pouso, onde acharam Jhivajhãá descansando tranquilamente e revigorada depois de haver comido um pouco de carne e de mel.

Ela acordou, e sentindo-se muito melhor e mais forte, ergueu-se e sentou-se no chão.

O fogo estava aceso e tudo estava pronto para assar uma perna de veado.

Entrementes, os seis homens tomaram mate. A própria Jhivajhãá quis cevá-lo.

Todos sentados em roda do fogo, a guampa circulou de um a outro.

Eles falavam pouco.

Cada um pensava aos seus porque cada um deles era casado e tinha filhos.

Entreviam também, exagerando-os, os desastres que os esperavam e dos quais, iam ter que sofrer.

Quando o assado ficou a ponto, logo comeram. Esta janta acabou em poucos minutos.

Um perna de veado para seis bocas de guaicurus era muito pouca coisa, mas todos constrangidos pelos acontecimentos, os seus estômagos muito se ressentiam e se haviam contraído e encolhido, tanto que a perna do veado lhes bastou amplamente para a sua janta.

Deitaram-se. Teriam desejado acharem-se no dia seguinte. Eram tristonhos e em sua pobre e primitiva mentalidade eles viam aqueles "brancos", aqueles "civilizados" — que se dizem tais — como perigosos e temíveis algozes, cruentos e sanguinários carrascos.

Embora eles distinguiram — como me fez observar Joãozinho — (delicadeza que reparei da sua parte) não encerrando nas fileiras dos seus verdugos outros que o Português do Barranco Branco, com toda a gente dele;