A vida dos índios Guaicurus

sua audaciosa perigrinação em busca dos chefes da sua tribo, no momento em que esta, acéfala, estava selvagemente assaltada por bárbaros, por civilizados!

Essa intrepidez, essa temeridade excessiva, essa coragem incomparável que nunca esmorece, por parte de uma mulher de devotamento sublime, ia tornar-se uma lenda que a tradição verbal transmitiria às gerações futuras da nação dos Guaicurus.

À chegada de Jhivajhãá todas as mulheres se apressaram em rodeá-la.

Mas agora, ela era forte e valente; tendo recuperado as suas forças, ela sentia-se ainda pronpta para qualquer outro sacrifício se dependia dela salvar alguém da sua raça e de sua Nação e, mais ainda, se era a sua própria Nação, que, para evitar a sua destruição, exigisse a sua imolação.

Joãozinho, como chefe, não podia aguardar parado neste canto do mato que oferecia a uma fração da sua tribo essa segurança provisória que haviam vindo buscar.

Tinha, e era o seu dever, a obrigação de proteger e defender todos os seus, todos os membros da sua Nação.

Precisava saber o que faziam os seus agressores, onde estavam, e também procurar saber, quanto lhe fosse possível, o que projetavam, o que pretendiam, e o que se havia ainda a temer deles.

Deixou pois a sua gente, levando três dos seus melhores companheiros, e reatravessando o rio, marcharam nessa mesma noite pela margem direita do rio, na parte firme, depois de ter varado o brejo.

Foram-se assim a cavalo, baixando e marginando à distância as voltas do rio; este contorna o Morro do Niutaque e,águas abaixo, depois das últimas alturas matagosas, estende-se, nas duas margens, um grande brejo.