A vida dos índios Guaicurus

Muitos espetos, bem guarnecidos, estavam fincados no chão, ao redor de um braseiro, resto da noite de uma grande fogueira.

Eles brincavam com as suas armas e de vez em quando saía um tiro.

Joãozinho avançou sozinho, ainda mais um pouco. Pareceu-lhe que o chefe havia dado ordens para reunir a tropa.

Trepou em uma árvore e viu juntos uns trinta e poucos cavalos. Decerto os dois destacamentos se haviam reunido.

O mais importante e mais forte dos dois, este que devia assaltar a Aldeia do Tigre do Capitão Guazú-Ãcã, não tendo podido dar conta do seu mandado — toda a gente dessa aldeia tendo-se esvoaçada antes da sua chegada — tinha vindo juntar-se ao outro grupo menor, incumbido do ataque à Aldeia do Niutaque, e todos juntos, agora desiludidos e desapontados, se haviam vingado, queimando os ranchos.

Assim, achavam-se lá uns cinquenta e poucos indivíduos pelo menos que decerto se haviam esquecido dos bugres e do objetivo de sua missão, salvo seguramente, os seus chefes que muito provavelmente não receberiam felicitações à sua volta.

Era difícil a Joãozinho aproximar-se bastante para ouvir o que se dizia nas rodas dos soldados e fazia objeto das conversas; ele voltou ao encontro dos seus companheiros e os quatro juntos foram procurar e pegar os seus cavalos.

Então, montados agora, eles vararam de novo o rio e voltaram beirando trilha do mato, como o fizeram, horas antes, quando a pé, procurando então aproximar-se da sua aldeia o quanto possível.