Morro do Niutaque e do Tigre, para ir fundar a do Tuiuiú e a da Aldeia Grande.
Fazia mais de duas horas que estávamos lá.
Joãozinho acabou por me contar traduzindo em português o que certamente me teria narrado numa linguagem mais florida, mais viva e talvez também em termos emocionantes, se eu tivesse podido compreender a língua Guaicuru.
Algumas vezes ele misturava algumas palavras guaranis das mais usuais, que entendia muito bem e que ele falava correntemente, porque sua mãe lhe havia ensinado essa língua — da qual deriva a dos Guaicurus — e que mais tarde continuou praticando com índios Guaranis, que, feitos prisioneiros, viviam como escravos com os seus donos Guaicurus.
As lembranças que lhe provocavam aquelas agressões, das quais sempre os Guaicurus foram as vítimas, haviam endurecido um pouco o seu rosto e impregnado de tristeza a sua fisionomia. Porque, se no caso que me acabava de contar, não tinha havido vítima nenhuma, em outras ocasiões, quando surpreendidos em pleno campo, não haviam sido sempre tão felizes.
Para se defenderem, nessas ocasiões eles respondiam aos ataques timidamente e tiveram muito a miúdo mortos nas suas fileiras.
Mas como ele havia muito bem compreendido, assim como todos os seus, era devido ao devotamento, ao amor e a afeição recíproca que impera no coração de cada um dos membros da tribo, estado fisiológico permanente que tem alguma coisa e mesmo que se assemelha