A uns quinze metros, apesar de não enxergarmos ainda nada, tínhamos a certeza que o bruto não estava no chão.
Aproximando-nos mais ainda, percebemos que estava trepado num galho muito grosso, onde parecia, a dois metros e meio acima dos cachorros, zombar-se deles que a roda latiam e o impediam de descer.
Joãozinho adiantou-se acompanhado do zagaieiro. Eu os segui de perto. O Capitão Guazú-Ãcã adiantou-se também.
Quando estávamos a dois metros mais ou menos dos cachorros, vimos num grosso galho quase horizontal de um enorme piqui, uma bonita onça pintada, uma canguçú às largas malhas irregulares, pontuadas no centro por uma mancha preta conto elas, destacando-se num fundo fulvo. A fera parecia, contudo, raivosa, enfurecida.
A cachorrada a mantinha imóvel, mas de vez viu quando ela urrava, sem que por isso os seus bramidos por assustadores e ameaçadores que fossem, influíssem em nada os cachorros nas suas arremetidas audaciosas.
Os seus olhos relampejavam, e a sua íris, amarelo-esverdeada, passava alternativamente dos caçadores aos cachorros que em baixo dela faziam roda.
Já dois deles tinham as ventas ensanguentadas, outro tinha um olho quase arrancado com uma larga arranhadura por baixo, um terceiro com uma grande rasgadura no flanco que havia posto a descoberto as suas costelas; havia ainda mais, uma perna quebrada; um outro ainda igualmente ferido tinha as tripas fora. Os feridos eram numerosos, como se vê.
Onde estávamos eu estimava em quatro metros, quando muito, a distância da ponta de nossas carabinas à cabeça do bruto.