A vida dos índios Guaicurus

Elas vinham na nossa direção como para alcançar o rio Niutaque, onde estava o nosso acampamento, nosso pouso.

Os cachorros as apertavam cada vez mais. Entramos ráído no mato para esconder nossos cavalos e prontos, todos os cinco, aguardamos a passagem das antas que chegando a galope, apanharam de frente nosso fogo, isto é, nossos tiros, a boa distância e provavelmente, entre ambas, elas receberam as nossas cinco balas.

Uma delas caiu no lugar, a outra correu ainda uns vinte metros e caiu finalmente antes de alcançar o mato.

Era uma coisa quase incrível ver-nos servidos assim quase milagrosamente por uma sorte que raramente manifestava-se de maneira tão ostensiva e com tantas e belas oportunidades.

Convém, e é preciso dizer também, que os Guaicurus, no que concerne às caçadas, são mestres. Pode-se ajuntar mesmo, que propriamente falando o seu ofício é o de caçadores.

Os ardis que usam lhes valem muitas vezes quase tanto como as suas armas. Podemos dizer a mesma coisa dos índios que não empregam armas de fogo. Com arcos eles são de uma destreza incrível e são tão confiantes em si mesmos, e tão seguros, que não hesitam em atacar com as suas flechas até as onças.

Estas duas novas presas, iam dar-nos trabalho para o resto do dia.

Duas horas mais tarde, o Capitão Guazú-Ãcã e os seus quatro companheiros, depois de terem ouvido os nossos tiros e compreendido o que acabava de acontecer, tendo continuado a sua exploração, nos alcançaram cada um deles trazendo um cateto.